A PERMACULTURA PELO MUNDO
Foi assim que nasceu a idéia de criar sistemas de florestas produtivas para substituir as monoculturas de trigo e soja, responsáveis pelo desmatamento mundial. Observando e imitando as formas de florestas naturais do lugar, revelou-se possível a criação de sistemas altamente produtivos, estáveis e recuperadores dos ecossistemas locais.
Depois de
dez anos implantando, com grande sucesso, tais sistemas em todos os
continentes, Mollison e seus colaboradores perceberam que não adianta
concentrar-se em sistemas naturais sem considerar os outros sistemas tão vitais
para a sobrevivência humana: sistemas monetários, urbanos (arquitetura,
reciclagem de lixo e águas), sociais e de crenças. A "Permanent
Culture".
Baseada
na prática de "Cuidar da Terra, cuidar dos homens e compartilhar os
excedentes" (quer sejam dinheiro, tempo ou informações), a Permacultura ousa acreditar na possibilidade
da abundância para toda a humanidade através do uso intensivo de todos os
espaços, através do aproveitamento e geração de energia, da reciclagem de todos
os produtos (acabando assim com a poluição) e através da cooperação entre os
homens para resolver os grandes e perigosos problemas que hoje assolam o
planeta.
Princípios:
Substituir
altos investimentos e trabalho por planejamento e criatividade.
ou "Se o sistema está lhe dando muito trabalho, você ainda não pensou o suficiente" |
Scott Pittman
A diversificação garante a estabilidade
|
A estabilidade vem quando se fecham os ciclos
|
Quando
uma parte do sistema sustenta outra, evita-se a necessidade de procurar insumos
fora da propriedade, fortalecendo assim todo o sistema.
Da mesma
maneira, se numa comunidade o mesmo dinheiro troca de mãos muitas vezes, isto
tem o mesmo efeito de ter uma quantidade muito maior de dinheiro disponível. Se
este dinheiro vai embora para o banco, a comunidade local se empobrece.
Um dos
maiores perigos para a estabilidade de uma propriedade rural ou de uma
comunidade¸ a poluição. A vida não se mantém onde não há água limpa, por
exemplo. Visto que a poluição provém de produtos ainda não utilizados, podemos
vê-la como uma fonte de renda em potencial quando se trata de esgotos, ou mesmo
de sub-produtos industriais. Os agrotóxicos obviamente nunca oferecem um potencial
para reciclagem.
A Permacultura não é apenas uma técnica ou
muito menos um pacote. É muito mais complexo que uma simples agricultura sem
agrotóxicos, mais complexo que uma agricultura ecológica, ou sustentável, ou
biodinâmica. É uma forma de viver que pode ou não envolver essas e outras
técnicas. Ao mesmo tempo é muito mais simples por ser a conduta natural das
coisas. Necessita apenas de uma observação sem máscaras, da natureza, sem
pressa e com atenção. Sem preconceitos.
Para tornar o conceito mais
claro, pode-se acrescentar que a Permacultura oferece as ferramentas para o
planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo
e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a
resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia
devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.No centro da atividade do permacultor está o Design, tomado como planejamento consciente para tornar possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia.
Este processo, segundo André Soares, permacultor do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado – IPEC, deve ser dinâmico, contínuo e orientado para a aplicação de padrões naturais, contendo sub-processos de organização de elementos dentro de determinados contextos.
No primeiro nível, a ação do permacultor volta-se
principalmente para áreas agrícolas com o propósito de reverter situações
dramáticas de degradação sócio-ambiental. “Culturas não sobrevivem muito tempo
sem uma agricultura sustentável”, assegura Bill Mollison. No entanto, os
sistemas permaculturais devem evoluir, com designs arrojados, para a construção
de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente
sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de
recursos naturais
Cooperação e solidariedadeA Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de ações comuns para o bem do sistema Terra.
A Parmacultura, busca princípios éticos
universais surgidos no seio de sociedades indígenas e de tradições espirituais,
que esta orientado na lógica básica do universo de cooperação e solidariedade.
Não é possível praticar a Permacultura sem observá-los.
Primeiro, será preciso
assumir a ética do cuidado com a Mãe-Terra para garantir a manutenção e a
multiplicação dos sistemas vivos. Depois, o cuidado com as pessoas para a
promoção da autoconfiança e da responsabilidade comunitária. E por fim,
aprender a governar nossas próprias necessidades, impor limites ao consumo e
repartir o excedente para facilitar o acesso de todos aos recursos necessários
à sobrevivência, preservando-os para as gerações futuras.Toda ética tem a ver com práticas que querem ser eficazes. “A ética da Permacultura serve bem para iluminar nossos esforços diários de trabalho com a natureza a partir de observações prolongadas e cuidadosas, com base nos saberes tradicionais e na ciência moderna, substituindo ações impensadas e imaturas por planejamento consciente”,
.
“A chave é
estabelecer relações harmoniosas entre as pessoas e os elementos da paisagem.”
Bill Mollison
Design para a sustentabilidade
O trabalho do permacultor está baseado em princípios e métodos de design para orientar padrões naturais de crescimento e regeneração, em sistemas perenes, abundantes e auto-reguladores.
“Permacultura é maximizar as conexões funcionais. Isso quer dizer, combinar as qualidades de elementos da natureza e de elementos da criação humana para construir sistemas de armazenamento de energia. Não haveria nada de revolucionário nisso se as sociedades modernas agissem com base no bom senso.”
Earle Barnhart, permacultor de Massachussets -USA,
Essa e a ideia de permacultura,
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